O olfato extraordinário do cão tem ajudado muito o Homem ao longo dos tempos. Os exemplos mais recentes correspondem à utilização dos mesmos nas forças policiais para a busca de droga, explosivos, armas, minas, operações de busca e salvamento, entre outros. Exemplos mais antigos são a sua utilização na pastorícia (cães pastores ou de guarda) e na caça.
Mas agora o cão é também utilizado em ecologia e conservação da natureza. Pode ser utilizado na deteção de diversas espécies (baleias, ursos, raposas, tigres, lobos, entre outros) e nos mais diversos habitats (oceanos, desertos, florestas, matos, etc.).
Um dos impactes dos parques eólicos e das linhas elétricas são a morte de animais, principalmente aves e morcegos. Para avaliar a quantidade de animais que morre devido a essas infraestruturas fazem-se estudos de campo, sendo uma das técnicas a utilização de cães para encontrar os cadáveres.
Os cães são, na sua maioria, treinados para detetar os dejetos das espécies em causa, mas também detetam cadáveres de outros animais. Esta técnica é já aplicada em vários países, incluindo Portugal (com a equipa canina da Bio3).
Os cães e os biólogos da Bio3 foram treinados pelo Grupo Operacional Cinotécnico da Unidade Especial da PSP para encontrar cadáveres de aves e morcegos em parques eólicos e linhas eléctricas.
Normalmente a deteção de cadáveres de animais neste tipo de trabalho é efetuada por biólogos. Num teste que comparou os cães-biólogos com os homens, os cães detetaram 97% dos cadáveres enquanto os homens apenas 10%.
