Sabia que uma única beata pode levar anos a decompor-se na natureza e ainda liberta vários metais pesados presentes no cigarro como o arsénio, cromo, níquel e cádmio, que acabam por se infiltrar no solo e nos cursos de água? Em média o fumador português consome entre 10 e 15 cigarros por dia, sendo mais da metade deles com filtro. E aproximadamente 1 em cada 4 portugueses adultos é fumador. Ainda que a consciencialização da população tenha melhorado ao longo dos anos, a percentagem de fumadores ainda é muito elevada e o planeta carece cada vez mais de novas alternativas para o destino deste material.
Em Portugal todos os anos, uma grande quantidade de beatas de cigarros vão parar a aterros sanitários e incineradoras ou são abandonadas em parques e jardins, praias e calçadas. “Estima-se que 3,5 mil milhões de beatas de cigarro sejam descartadas todos os anos”, resultando em toneladas de resíduos tóxicos, despejados no meio ambiente.
O leitor deve estar a questionar-se, mas que destino útil poderemos dar às beatas de cigarro?
Pesquisadores da RMIT University, na Austrália, encontraram um novo destino para estes resíduos: transformá-los em matéria-prima para a fabricação de tijolos.
Durante muito tempo o professor Dr. Abbas Mohajerani, coordenador da pesquisa, focou os seus estudos na procura de alternativas que pudessem aproveitar este material tóxico, mas foi na mistura de resíduos de cigarro, junto com a argila que o doutor encontrou a sua fórmula de sucesso.
O estudo publicado na revista científica Journal of Waste Management (Elsevier), demonstra que adicionar apenas 1% de beatas ao processo de produção de tijolos, já é suficiente para fazer a diferença. O pesquisador australiano, diz que “se apenas 2,5 por cento da produção de tijolos anual do mundo, incorporasse 1 por cento de pontas de cigarro, poderíamos resolver o problema de resíduos da produção de cigarro no planeta”.
Mohajerani afirma ainda: “que a incorporação de pontas de cigarros em tijolos, pode efetivamente resolver um problema do lixo global, podendo ser colocados em tijolos sem qualquer medo de lixiviação ou contaminação.
O uso dos resíduos das beatas como matéria-prima também pode reduzir em quase 60% o consumo de energia necessária para a produção de tijolos. Para melhorar, o produto final é mais leve e possui melhores propriedades de isolamento, ou seja reduzirá custos futuros com o aquecimento e a refrigeração dos ambientes construídos.
Vale destacar que o novo tijolo não apresenta nenhuma alteração visual no resultado final. Estes tijolos sustentáveis têm a mesma aparência dos tijolos tradicionais e não oferece risco algum à saúde, uma vez que durante a sua produção os resíduos tóxicos são atraídos para a matéria do tijolo e nunca mais saem.
É claro que se és fumador, tens todo o apoio para parar, mas aos que continuarem com o vício, pelo menos agora há uma solução ambiental nobre para o destino das beatas.
Benefícios como a redução dos custos de produção e a melhoria na qualidade dos tijolos, além de evitar a poluição do meio ambiente, são apenas algumas das vantagens deste novo processo de reciclagem para as beatas de cigarro. Quem poderia imaginar?
Este texto foi escrito pela equipa do Blog Eat Innovation, um site sobre projetos inovadores da área alimentar.
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Fontes: Pensamento Verde, Activa, RMIT University, Business Insider, Diário de Notícias
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