Os testes de laboratório utilizados para saber que doença tem um paciente podem ser muito caros e normalmente precisam de aparelhos volumosos. Com o objetivo de mudar essa situação, o cientista George Whitesides criou um teste dignóstico com o tamanho de um selo postal e que custa menos de um cêntimo de dólar.
Durante uma TEDTalk, que podes ver no início deste artigo, o químico explicou qual era o segredo desta invenção simples e inovadora – o papel. George Whitesides argumenta que uma gota de sangue ou urina pode deslocar-se por um pedaço de papel filtro sem qualquer intervenção.
Se nesse papel forem gravados pequenos canais para o sangue fluir, cobertos de proteínas secas e corantes que reajam a substâncias químicas, então, este pequeno pedaço de papel pode transformar-se num grande laboratório.
A empresa Diagnostics for All, criada para comercializar estas ideias, desenvolveu um teste diagnóstico para doenças que afetam o fígado. Demora apenas 15 minutos e basta uma gota de sangue. A análise do resultado é feita a olho nu: se uma mancha redonda mudar de cor-de-rosa para violeta, o paciente provavelmente corre risco.
Usar papel nos testes de diagnóstico não é algo novo, é usado por exemplo em testes de gravidez e testes relacionados com a diabetes. Contudo, George Whitesides patenteou o sistema que serve para controlar o fluxo dos líquidos a analisar (sangue ou urina) usando várias camadas para obter diagnósticos cada vez mais complexos.
Apesar da complexidade de raciocínio para desenvolver estes testes, a tecnologia para produzi-los é simples e de baixo custo. As folhas de papel filtro são cortadas manualmente e introduzidas numa impressora de escritório de que usa cera preta térmica em vez de tinta. Numa folha de 21,59 por 27,94 centímetros cabem 132 testes.
Depois de impressa, a folha é aquecida durante alguns segundos, para fazer com que a cera penetre no papel, produzindo os canais. No início, Whitesides usava um plástico que endurecia sob luz ultravioleta. Contudo, o processo com cera é mais barato e rápido.
Os reagentes são colocados manualmente com o uso de uma pipeta. Várias camadas são produzidas e coladas entre outras duas folhas, que são depois laminadas. Finalmente, cada lote de testes é lacrado dentro de um envelope de papel para mantê-los longe da humidade e da luz do sol.
As aplicações para esta tecnologia são quase infinitas. Por exemplo, o atleta de maratona poderá encostar o chip à sua testa suada para verificar a quantidade de eletrólitos antes de beber mais água. Pessoas com colesterol alto que tomam estatinas, substância que também causa problemas no fígado, podem analisar as suas enzimas, recolhendo sangue através de uma picada no dedo.
Fonte: Último segundo
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