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Será que as contas partilhadas da Netflix têm os dias contados?

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Ainda ontem a televisão era apelidada de ‘caixinha mágica’ com a capacidade de colar todos ao ecrã, para atualmente ser considerada apenas uma forma de aceder às plataformas de streaming, que revolucionaram a forma como se passaram a consumir conteúdos.

Por outras palavras, no passado a televisão ditava os conteúdos que consumíamos, atualmente é o consumidor que decide quando e o que quer ver.

O Streaming faz parte da nossa vida

Com efeito, as plataformas de streaming fazem definitivamente parte da vida de todos nós e os últimos estudos sugerem que um em cada três portugueses subscreve algum tipo de serviço de streaming. Ótimas notícias para as empresas que fornecem este género de serviços como a Netflix, Spotify, ou a Disney+, mas que parecem não ser suficientes para agradar os objetivos económicos destas plataformas.

A Netflix é uma das plataformas de streaming mais populares, ultrapassando os 200 milhões de utilizadores em todo o mundo, onde é possível assistir a filmes e séries que por vezes se revelam verdadeiros fenómenos mundiais como por exemplo “A Casa de Papel”, ou “Squid Game”, mas que ainda assim é prejudicada com a prática comum entre subscritores de partilhar contas.

A partilha de contas desta e de outras plataformas é algo comum e conhecido pela empresa, mas que, segundo as últimas notícias, parecem ter os dias contados. A empresa tem estado a testar funcionalidades, de modo a contornar a questão das contas partilhadas fora dos elementos do agregado familiar.

Ainda não é oficial

Ainda que não seja ainda oficial que a Netflix irá adotar permanentemente a medida onde apenas permita a partilha de conta com diferentes agregados com um custo adicional, existem muitas outras plataformas onde a partilha de conta a terceiros não é autorizada, ou outras como a Spotify que inclui obrigatoriedade de partilha do mesmo teto no seu pacote de partilha de conta.

Por outro lado, as empresas de streaming procuram criar novas funcionalidades que aumentem a proposta de valor para os seus clientes, mas, em simultâneo, criam também soluções que tornem a empresa mais rentável.

Apesar de ocuparem um peso gigante no mercado, transformando a forma como se passou a consumir conteúdos e a falar sobre eles, como Keith Becker, que discute com os seus seguidores sobre a melhor série do momento, ou com a criação de podcasts sobre cinema como “A minha vida dava um filme” de Joana Miranda e Inês Gonçalves, as empresas ainda necessitam de testar novas alternativas para minimizar os prejuízos da partilha de contas.

O futuro

À primeira vista parece óbvio que estas novas medidas trazem desagrado aos subscritores da plataforma, nomeadamente àqueles que usufruem do serviço de forma gratuita através da partilha, mas parece igualmente óbvio que estamos demasiado dependentes do consumo de conteúdo em formato streaming para simplesmente existir um boicote às plataformas.

Pensar no futuro sem consumir conteúdo de plataformas como a Netflix parece impossível, principalmente quando a própria indústria promove estreias exclusivas neste formato. Mas, ao analisar o teste de novas funcionalidades para eliminar problemas como a partilha de contas, entendemos que o mercado ainda tem espaço para evoluir, e nesse sentido, outras plataformas de streaming poderão chegar-se à frente, oferecendo opções mais competitivas para os seus clientes e, assim, agitando o mercado.

Em última instância tudo se resume à lei da oferta e da procura, e se um competidor da Netflix surgir com melhores propostas de pacotes e de conteúdos, decerto que os clientes não terão grandes dúvidas em trocar a Netflix pela concorrência. Por outro lado, não sendo este o objetivo da Netflix, que conquista um lugar de liderança no mercado, vai obrigá-la a, pelo menos, trabalhar para oferecer conteúdos cuja qualidade valha a pena pagar por eles.

Em suma, ainda que não pareça, na verdade, o facto da Netflix testar novas funcionalidades que procurem terminar com a questão da partilha de contas entre utilizadores pode resultar em boas notícias, já que obriga o mercado a movimentar-se e a criar oportunidades aos concorrentes.

Por último, mesmo se for para pagar mais, o cliente final irá beneficiar da oferta de novos e melhores conteúdos.

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