A Spawnfoam, uma empresa portuguesa sediada no Regia-Douro Park, em Vila Real, utiliza os subprodutos da limpeza das florestas e da produção vinícola para criar biocompósitos.
O resultado? Materiais biodegradáveis em forma de vasos, que serão usados durante o processo de crescimento e transplantação de plantas e árvores de viveiro.
A Spawnfoam é uma empresa de biotecnologia criada em 2017, pelo engenheiro mecânico, Pedro Mendes e Guilhermina Marques, docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e investigadora do CITAB.
Os empreendedores começaram por produzir vasos ornamentais e florestais e painéis para construção, no entanto, garantem que produtos como: embalagens, paletes ou mobiliário poderão ser as próximas apostas biodegradáveis da empresa.
Os fungos e os resíduos orgânicos e agroflorestais podem dar origem a biocompósitos com uma infinidade de aplicações.
Segundo o empreendedor, para criar os biocompósitos são utilizados materiais em final do ciclo de vida, aos quais são adicionados aditivos de origem orgânica. Esta mistura, que é submetida a diferentes fases de tratamento, resulta num compósito totalmente biodegradável e multifacetado.
A ideia para a criação deste inovador projeto surgiu de em 2013, durante uma aula. Pedro Mendes frequentava o mestrado em Engenharia Mecânica na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro quando lhe foi apresentada a Ecovative Design, uma empresa norte-americana que produz compósitos biodegradáveis e de origem orgânica.
Interessado pelo tema, Pedro Mendes começou a fazer pesquisas, de forma a conseguir “trazer o conceito para a Europa”.
Em 2014, o projeto foi selecionado para integrar o programa Passaporte para o Empreendedorismo, do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e 2 anos depois, a participação no programa COHiTEC, resultou na criação da empresa.
O co-fundador da empresa explicou que inicialmente produziam os biocompósitos utilizando um fungo dos cogumelos, semelhante ao que a empresa norte-americana faz. Com o intuito de inovar, decidiram aproveitar a matéria-prima existente no Douro, nomeadamente os resíduos da manutenção da vinha e da produção de vinho.
Tendo em vista a sustentabilidade ambiental e eficiência na utilização dos recursos, a empresa está atualmente a testar a aplicação dos biocompósitos em 3 produtos:
- vasos biodegradáveis para transplantação de árvores;
- Placas para isolamento térmico e acústico, destinadas ao setor da construção civil;
- Um biomaterial destinado ao acondicionamento de mercadoria.
Após a aplicação original, os produtos podem ser utilizados para a fertilização orgânica dos solos ou a incorporação em novos biocompósitos.
Em junho de 2018 a empresa foi uma das finalistas da Climate Launchpad, uma competição promovida pela Comissão Europeia que apoia ideias inovadoras com vista à redução do impacto ambiental.
Em novembro de 2018, a empresa esteve na Escócia para representar Portugal na final europeia, juntamente com mais 2 empresas portuguesas, a Eco2Blocks, que cria blocos para a construção civil com recurso a resíduos industriais e dióxido de carbono, distinguida com o 1º lugar e a Cyanocare, startup que desenvolveu um polímero produzido por uma cianobactéria marinha, distinguida com o 3º lugar desta competição.
Segundo os fundadores, o próximo passo passa pela montagem de uma “pequena unidade-piloto de produção industrial”.
Este artigo foi escrito pela NOCTULER Estela Fernandes.
Fonte: Público
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