O que fazer quando uma peça de roupa velha já não é utilizada? Grande parte das pessoas doa a sua roupa velha a associações de caridade ou deposita-a em contentores, mas uma grande quantidade vai para o lixo. No entanto, não tem que ser assim, podemos reciclar roupa com o novo método desenvolvido pela empresa Evrnu ou pela parceria entre o Centro de Pesquisa Técnica e a Escola de Artes.
Em Portugal, cerca de 230 toneladas de resíduos têxteis terminam no sistema de recolha de lixo urbano, o que significa 5% de todo o lixo recolhido. Vale a pena lembrar que, apesar da intenção ser nobre, “muitas das empresas que gerem estes contentores acabam, porém, por exportar parte da roupa recolhida para países terceiros, onde o mercado em segunda mão é mais profícuo.” Nos EUA a situação é ainda mais crítica, 11 milhões de toneladas de tecidos vão parar aos aterros sanitários.
A empresa americana Evrnu criou uma solução para reciclar roupa, na qual as fibras antigas são inseridas de novo no processo como novas. Para isso é preciso purificar os resíduos das roupas de algodão com solvente, convertê-los em polpa de celulose e, através de um processo de mecânico, criar uma nova fibra. Esta fibra é, segundo a empresa, fina como a seda e mais forte que o algodão.
Algumas redes de lojas de roupa já recolhem peças usadas, mas não há grande utilidade para elas, são utilizadas como trapos para tapetes ou isolamentos. A reciclagem e posterior retorno das fibras na produção é algo novo, o tecido pode ser reprocessado continuamente e ainda poupa o uso de material virgem. O custo é o mesmo do algodão orgânico, ou seja, um pouco mais caro que o algodão comum, mas pode ser utilizado em produtos premium até que o processo seja otimizado e se torne mais económico.
“A atual reciclagem de fibras de algodão só consegue criar novas roupas com 20% de fibras recicladas misturadas com 80% de fibras virgens. Neste novo processo é possível produzir roupas com 100% de fibra reciclada.“
Uma técnica semelhante foi desenvolvida numa parceria do Centro de Pesquisa Técnica com a Escola de Artes, Design e Arquitetura da Finlândia. Também é feita a limpeza e branqueamento dos tecidos, extração de celulose do algodão e linho (materiais como o poliéster podem ser derretidos e reciclados como plásticos) e fiação em fibras e fios.
Será que no futuro vamos renovar o guarda-roupas com as mesmas roupas para sempre?
Este texto foi escrito pela equipa do Blog Eat Innovation, um site sobre projetos inovadores da área alimentar.
Fontes: Stylo Urbano, Expresso Sapo
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