No transporte todas as massas são planas. No momento de servir, basta colocá-las na água para ter massas que mudam de forma. Este é o conceito do projeto “Apetite Transformativo” do Media Lab de Massachusetts Institute of Technology (MIT), mostrando que até num simples macarrão é possível inovar 😉
Imagine um “origami da comida”, em que formas planas 2D se dobram instantaneamente em objetos 3D quando colocados na água. Inovação é resolver problemas e este partiu do seguinte: mesmo se embalarmos massa para macarrão, 67% do volume do pacote ainda vai acabar com ar.
Uma equipa formada em parceria entre o MIT Media Lab e a Food + Future, uma empresa que ajuda projetos inovadores na área alimentar a se estabelecerem no mercado, formulou um novo tipo de massa de gelatina, celulose e amido para resolver este problema. As grandes vantagens são:
- Reduzir a quantidade e tamanho das embalagens;
- Diminuir os custos com o transporte;
- A própria experiência de ver a transformação das massas pode ser interativa e divertida para o consumidor.
Como funciona?
Os investigadores Wen Wang e Lining Yao, começaram o estudo investigando como diferentes materiais respondem à humidade. A massa plana, impressa em impressora 3D possui duas camadas com densidades e composições diferentes. A camada superior é a mais densa e absorve mais água que a inferior. Assim quando a estrutura é imersa em água, a cama de cima enrola a de baixo, formando arcos.
Impressora 3D de comida? Sim, já existe!!
A NASA por exemplo já desenvolveu uma impressora de pizzas. Vê aqui um vídeo:
Para além desta impressora, várias empresas já começaram a dar os primeiros passos no desenvolvimento de tecnologias que permitem imprimir comida através de impressoras 3D.
A Natural Machines por exemplo, desenvolveu a Foodini, uma impressora de refeições caseiras mais rápidas e eficientes que as feitas por mãos humanas. Na verdade, a diferença desta impressora para as outras é a capacidade de lidar com diversos ingredientes ao mesmo tempo. Inicialmente a máquina começou por imprimir biscoitos, massas e pães. No futuro está previsto que a impressora possa ser controlada à distância por smartphones. Quando chegares em casa, o teu jantar já estará pronto 😊
E o sabor das massas, é bom?
A equipa testou o produto com chefes de cozinha e a parceria rendeu novos pratos. Os investigadores garantem que o sabor e a textura são bons, mas ainda não parecem macarrão. Por isso já estão em contacto com a fabricante italiana Barilla, para estudar maneiras de fazer com que se pareça uma massa convencional.
Para o futuro é esperado que os consumidores possam criar as suas massas e personalizar como quiserem a partir de um software já desenvolvido por esta equipa.
Será incrível se conseguirem uma massa com sabor tradicional, mas se não conseguirem, porque não abraçar a imperfeição e fazer desta uma massa diferente, um novo produto? Assim como o bifum (macarrão de arroz) não é igual ao spaghetti italiano e nem pretende ser, as massas que mudam de forma podem criar um novo mercado, com receitas inéditas e uma legião de novos consumidores fãs de novidades.
Bifum e spaghetti: massas tão diferentes mas igualmente saborosas
Este texto foi escrito pela equipa do Blog Eat Innovation, um site sobre projetos inovadores da área alimentar.
Fontes: Springwise, MIT News, Next Nature, Dezeen, EurekAlert, O Estado de São Paulo
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