Andrew Scott, no seu livro “Piratas da Célula”, definiu os vírus como sendo piratas microscópicos que invadem as células, saqueando e utilizando as reações bioquímicas que nelas ocorrem para se reproduzirem.
Quando um vírus “encontra” uma célula adequada – cada espécie de vírus ataca uma célula específica, injeta o seu material genético no interior dela e o resultado final é, geralmente, o rebentamento (lise) da célula invadida e a libertação de uma grande quantidade de vírus que irão atacar outras células adjacentes, provocando danos, por vezes devastadores, no organismo afetado. Estes danos têm o nome de viroses que, na espécie humana, podem traduzir-se, por exemplo, em adoecer com sarampo, hepatites, SIDA, febre hemorrágica, como a provocada pelo vírus de Ébola, ou gripe. Sejam bactérias, fungos, plantas ou animais, todos estão sujeitos a contrair uma virose!
No entanto, é redutor pensar nos vírus como sendo apenas agentes causadores de doenças…
Desde tempos imemoriais que os hindus acreditam que a água do Rio Ganges- o grande rio sagrado da Índia – tem poderes extraordinários, sendo conhecida como a “água da imortalidade”. Os navios da Companhia Britânica das Índias Orientais, nas suas longas viagens de regresso a Inglaterra, apenas utilizavam água do Rio Ganges, porque se mantinha sempre “fresca e limpa”.
E o que é que o Rio Ganges tem a ver com esses terríveis piratas celulares que são os vírus?
Os cientistas da época mencionavam uma “substância desconhecida” que fazia a depuração das águas do Ganges. Atualmente, este rio é considerado um dos mais poluídos do mundo. No entanto, não existem relatos de grandes epidemias com origem nestas águas. Este mistério começou a ser resolvido, em 1896, pelo microbiólogo inglês Ernst Hankin que demostrou que as águas do Rio Ganges têm propriedades bactericidas. Hoje sabe-se que a “substância desconhecida” é a grande quantidade de bacteriófagos – vírus inofensivos para os humanos que atacam bactérias que povoa as águas do Ganges, impedindo que epidemias, como a cólera, proliferem.
Ainda no início do Século XX, talvez inspirados por esta descoberta, cientistas, nos Estados Unidos, tentaram desenvolver a fagoterapia, ou seja, o tratamento de doenças causadas por bactérias com recurso aos bacteriófagos. No entanto, com o aparecimento dos antibióticos esta terapia foi esquecida. Hoje, como o aumento exponencial da resistência a antibióticos por parte de muitas bactérias patogénicas, as potencialidades da fagoterapia são novamente investigadas, podendo esta terapia ser uma das alternativas futuras ao tratamento com antibióticos convencionais.
Fontes: Bio.Minho, NCBI, Explorecuriocity, NPR, Ciências.Seed, BBC
ESTÁS À PROCURA DE EMPREGO?
Se estás à procura de emprego, reformula o currículo para que te possas destacar da multidão!
Usa um destes modelos de currículo editáveis e totalmente personalizáveis em Word. Vê aqui…
Sugiro igualmente que ouças o Audio Livro que já ajudou milhares de candidatos. São quase 3 horas e meia de dicas que certamente vão fazer a diferença nesta fase da tua vida!