A agricultura atual tem mostrado uma grande eficiência produtiva. No entanto, tem provocado diversos impactos sociais e ambientais, que se apresentam na forma de erosão dos solos, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, redução da biodiversidade e perda da sabedoria tradicional, dependência económica e redução das oportunidades de trabalho. Para a solucionar estes problemas, surgiu um novo conceito: A Agroecologia!
Em que consiste o termo Agroecologia?
A agroecologia refere-se ao estudo da agricultura, através de uma perspetiva que junta duas disciplinas científicas: agronomia e ecologia. Como uma ciência, a agroecologia é a “aplicação da ciência ecológica ao estudo, projeto e gestão de agroecossistemas sustentáveis”. Com um conjunto de práticas agrícolas, a agroecologia procura formas de aperfeiçoar os sistemas agrícolas imitando os processos naturais, criando interações biológicas benéficas e sinergias entre os componentes do agroecossistema.
Este novo paradigma de apropriação da natureza mostra-nos que pode haver equilíbrio entre os componentes social, económico e ambiental.
Desde as evidentes vantagens ambientais devido à não utilização de pesticidas e fertilizantes químicos, até às vantagens económicas e sociais devido a uma partilha de lucros sem comparação possível, passando pelas vantagens em termos de saúde humana e de resiliência face à crise energética, a Agroecologia vem estimular a transição dos modelos de produção da agricultura convencional atual, em direção a uma agricultura sustentável.
Uma ampla gama de técnicas baseadas na perspetiva agroecológica tem sido desenvolvida e testada com sucesso, de forma a atingir os resultados desejados na produção e sustentabilidade. As técnicas de conservação de recursos com baixa utilização dos processos industriais, têm contribuído para melhorar significativamente a produtividade.
Um dado importante na discussão deste assunto, é por exemplo, a distribuição de alimentos por uma população mundial que deverá chegar aos 9 bilhões até 2050, impondo aos lideres mundiais, o desafio de aumentar a produção agrícola de forma mais sustentável.
Miguel A. Altieri, presidente da SOCLA. La Sociedad Científica Latinoamericana de Agroecología (SOCLA), refere que “em Cuba, onde existe a única agricultura “post-petróleo” do mundo, num hectare produzem alimentos suficientes para alimentar 15 a 30 pessoas com uma eficiência energética de 15 a 30. Isto significa que eles obtém 30 kilocalorias por cada kilocaloria que gastam no cultivo: a eficiência média da agricultura industrial é 1,5.”
Olivier De Schutter, porta-voz da ONU para o direito à alimentação, concluiu que “onde há mais pobreza, a agroecologia permite um elevado aumento da produtividade agrícola em relação aos métodos dependentes de pesticidas e fertilizantes químicos, enquanto contribui para a diminuição da fome e para a melhoria das condições de vida dos agricultores.
Na transição para uma agricultura sustentável, a agricultura familiar será mais vantajosa que a tradicional, seja pelo tamanho, diversidade de cultivo, flexibilidade, capacidade de gestão, aspectos de mão-de- obra mais qualificada, ou a aptidão à conservação dos recursos naturais.
Além disso, estamos a expôr as populações inteiras a agentes químicos extremamente prejudiciais. Agentes químicos que, em muitos casos, têm efeitos acumulativos. Atualmente, este tipo de exposição começa a prejudicar a população mundial, tanto no contacto direto como no contacto indireto.
É neste contexto de envolvimento de efeitos prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente do atual processo produtivo, que a transição agroecológica se afirma como um modelo alternativo e viável, pois permite a evolução e manutenção da atividade produtiva, envolvendo princípios sustentáveis, elevando desta forma a agricultura a um novo patamar agroecológico.
O foco neste novo sistema de agricultura sustentável, não implica apenas mudanças na base técnica da agricultura, mas também na busca de melhorias na qualidade de vida e nas condições para o exercício da cidadania da população rural, participante dos processos de desenvolvimento rural sustentável.
É de salientar que a transição agroecológica não é uma volta ao passado, mas sim um avanço decisivo em direção a um “futuro sustentável”.
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Fontes: Agriculturesnetwork, Sustentabilidade não é palavra é acção
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