O plástico, há muito considerado como não biodegradável e um dos maiores contribuidores para a poluição do planeta, talvez tenha conhecido o seu parceiro ideal: as larvas da farinha. Investigadores descobriram que estes animais podem viver com uma dieta de esferovite e outros tipos de plástico.

Apesar do esferovite (ou isopor, no Brasil), também chamado de espuma de poliestireno ou poliestireno expandido, ser um material com muitas vantagens, por ser leve e durável, permitindo proteger objetos sensíveis e isolar termicamente, tem um custo ambiental elevado – não se degrada facilmente e pode durar centenas de anos na Natureza.

A grande descoberta dos cientistas foi que no intestino destas larvas existem bactérias que são capazes de biodegradar esferovite, transformando-o em lixo orgânico, de acordo com os estudos publicados na Environmental Science and Technology pelos co-autores Professor Jun Yang e seu aluno Yu Yang, da Universidade Beihang, e o engenheiro da Universidade de Stanford, Wei-Min Wu.

Quando comem esferovite, as larvas crescem normalmente e transformam-na em dióxido de carbono e lixo biodegradável. Este lixo parece ser seguro para utilizar como adubo de plantas e até culturas agrícolas.

A saúde das larvas foi tida em conta durante o estudo, os cientistas verificaram que as larvas que se alimentaram exclusivamente de esferovite eram tão saudáveis como as que tinham uma dieta normal de farelo.

As larvas da farinha, que são a fase larvar de uma espécie de besouro, são insetos comuns, mas não são os únicos que conseguem digerir plástico. Segundo um estudo realizado pelos mesmos investigadores, as larvas da Traça-indiana-da-farinha conseguem comer e digerir o material usado nos sacos de plástico.

Mesmo com a ajuda das larvas que comem plástico, Wei-Min Wu diz que não são uma substituição para a reciclagem. “Precisamos de ser melhores a reciclar. Não devíamos deixar plástico por todo o lado“.

Fonte: CNN